segunda-feira, 27 de novembro de 2017

BELO SUN TENTA ÚLTIMA CARTADA PARA CONSEGUIR EXPLORAR OURO NO XINGU

A mineradora transnacional Belo Sun, pertencente a um banco canadense, tenta iniciar a exploração de 108 toneladas de ouro na Volta Grande do Xingu ainda em 2017.

A mineradora canadense está utilizando da tática de cooptação para direcionar o posicionamento das famílias moradoras da região onde pretende instalar o maior projeto de ouro a céu aberto do Brasil. 
Quem denuncia isso é a diretoria da cooperativa mista de garimpeiros (COOMGRIF), que tenta conseguir junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) uma área para garimpar. 
Fala do presidente da Associação de Moradores da Vila da Ressaca, seu Francisco. 
A principal liderança da cooperativa e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) o senhor José Pereira Cunha (conhecido como Pirulito) revela que se sente ameaçado pela forma como a empresa manipula a mente das famílias da vila da Ressaca e Ilha da Fazenda. 
"A mineradora canadense fala para as famílias que a licença de instalação está travada na justiça por causa da resistência das ONGs, movimentos populares e do Pirulito" diz o Pirulito. 
Na última quinta-feira (23) foi realizada uma audiência pública na vila da Ressaca, e contou com a participação de dezenas de atingidos, para a surpresa de muita gente cerca de 150 pessoas foram recepcionar os convidados da audiência com muita agressividade. 

Coordenada pelo prefeito do município de Senador José Porfírio, Dirceu Biancardi (PSDB), a recepção era para os convidados não saírem sequer das voadeiras, dentre os convidados estavam a imprensa, ONGs,  Prelazia do Xingu, Pesquisadores, Defensorias Públicas do Estado (DPE) e União (DPU).
A audiência foi muito tumultuada por parte das pessoas que se dizem a favor, já os que são contra o projeto respeitaram as intervenções do outro grupo. 
Fala do Cacique Giliard Juruna, da aldeia Muratu (Terra Indígena Paquiçamba).

A fala do Prefeito, Presidente da Câmara Municipal, algumas lideranças foram praticamente iguais. Todos fizeram falas contra as ONGs, havia até uma faixa escrita "Fora ISA, Xingu Vivo, MAB e Pastorais". 
Para o MAB as falas e grito de ordem foram muito bem ensaiadas e orientadas pela Belo Sun, pois a empresa não está conseguindo a liberação do inicio das obras por questões técnicas e jurídicas, portanto, tenta manipular a população como última cartada para conseguir pressionar a liberação da licença de instalação. 
O Movimento também enxerga que a mineradora e o prefeito passaram a ser agitadores, ao contrário do dever que ambos tem, a primeira de empreendedora e o segundo de gestor e executor de políticas públicas. 
Essa audiência mostrou o nível de acirramento da luta na região, e que a Belo Sun medirá forças com as organizações da classe trabalhadora podendo utilizar de diversas armas para a criminalização de lideranças que moram na região há décadas. 


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