segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

O governador do Pará perdeu o controle da segurança pública no estado.

Em menos de 24 horas fugiram dos Centros de Recuperação Penitenciário do Pará (CRPP) 213 detentos. 
Manifestação durante a Tribuna Popular pela Paz em Altamira.

A fuga em massa aconteceu na última quarta-feira nos municípios de Abaetetuba e Santa Isabel do Pará. 
Em Abaetetuba fugiram 155 detentos, até sábado a polícia havia recapturado 25. Antes da fuga o centro de recuperação tinha lotação de 65% a mais de detentos do que a capacidade de 120 vagas. 
Já em Santa Isabel fugiram 58 detentos, o presídio é o que abriga mais detentos no estado com 1160 presidiários, uma lotação com cerca de 56% acima da capacidade. 
Além das fugas da última quarta-feira, o sistema penitenciário já tinha registrado fugas em Marabá e Altamira no inicio do Mês. 
No município de Altamira no inicio de outubro ocorreu uma chacina que vitimou jovens estudantes e trabalhadores que até hoje o sistema de segurança pública do Pará não deu respostas sobre os possíveis assassinos. 
As fugas em massa no estado do Pará e a incapacidade do governador e sua equipe em gerenciar o sistema de segurança constatam a falência da Segurança pública do estado e é um retrato fiel do abandono do estado pelo governador Simão Jatene (PSDB).


segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Tempos temerosos, retrocessos e o empoderamento feminino

Por: Claudia Medeiros
Antes de qualquer coisa é importante refletir sobre o que significa o termo empoderamento, versão aportuguesada do vocábulo em inglês “empowerment”, é um neologismo criado por Paulo Freire, que segundo dicionários da língua portuguesa, como Aurélio e Houaiss, define “o ato ou efeito de promover conscientização e tomada de poder de influência por uma pessoa ou grupo social, geralmente para realizar mudanças de ordem social, política, econômica e cultural no contexto que lhe afeta”. Busca-se, portanto, dar a alguém ou algum grupo o poder de decisão e no caso específico das mulheres, a busca do empoderamento significa dar ferramentas necessárias para que o grupo reivindique e conquiste políticas públicas que beneficiem ou diminuam suas dificuldades específicas, o que em uma sociedade patriarcal e machista como a brasileira, é extremamente fundamental.
Manifestação do 08 de março em Altamira-PA.

            No dia 18 de abril de 2016, dia fatídico de votação que resultou no impeachment de uma “Presidenta” eleita democraticamente e destituída do poder por ser mulher e por não participar de esquemas de corrupção, os deputados ao votarem “sim”, dedicavam seu voto para a “família e em nome de Deus”. Essa suposta veneração à “família” passou a fazer parte da agenda do governo ilegítimo: Marcela, esposa de Temer, assumiu o posto de “primeira dama ideal”, “bela, recatada, e do lar”, e o Temeroso, no 8 de março, Dia Internacional da Mulher, disse que “as mulheres percebem melhor as alterações na economia porque veem a diferença de preços no mercado, e que a responsabilidade do trabalho doméstico e cuidado das crianças é nossa”; mais recentemente, revelou mais uma vez seu machismo, ao afirmar que “para não quebrar, os governos precisam passar a ter marido”, uma reafirmação que nesse projeto político golpista, nós mulheres, somos feitas para sermos subjugadas, sem autonomia e para obedecer os maridos.
Amparado pelo desgoverno de Temer, a burguesia a cada dia que passa emana o seu lado mais reacionário, visa-se apenas o lucro, e para isso, propõe-se medidas que atacam os direitos da classe trabalhadora e diminuem terras protegidas (causando um avanço de madeireiros, minerados e grileiros sobre terras indígenas, contribuindo assim, para o aumento do genocídio de indígenas e morte de campesinos). Outra face desse fascismo que anda aflorado, pode ser percebido no aprofundamento do racismo e do patriarcado.
Nessa perspectiva, na composição do ministério, Temer mostrou o lugar que as mulheres teriam, nenhum. Um ministério sem mulheres, é coerente para um governo ilegítimo, formado por homens, em sua maioria acima dos 60 anos, refletindo perfeitamente um projeto patriarcal, a serviço do capital e do imperialismo. Ressalta-se, que após críticas, Temer convidou uma mulher para fazer parte de seu desgoverno e ocupar a “secretaria de mulheres”, e em nada surpreende, ser uma mulher de “Deus e da família” e que é contra o aborto.
Dentre tantas medidas desrespeitosas como a “PEC da Morte”, a Reforma do Ensino Médio, a Reforma Trabalhista e a Reforma da Previdência, uma coisa em comum, todas precarizam de forma acentuada a vida da mulher, desvelando o machismo. A reforma trabalhista, por exemplo, prevê que grávidas poderão trabalhar em ambientes insalubres e com aumento da jornada de trabalho (medida que reforça a dupla jornada de trabalho feminino), que associada à PEC da Morte, diminui investimentos em políticas sociais, incluindo os gastos em serviços de socialização dos cuidados, dentre eles hospitais e creches, contribui para a maior jornada de trabalho das mulheres, pois estas farão trabalho gratuito, substituindo os serviços públicos, caberá a elas o cuidados com as crianças, doentes e idosos.
Além disso, o desgoverno de Temer, reduziu de 61% (de R$ 42,9 milhões para R$ 16,7 milhões) o orçamento destinado as políticas públicas de atendimento as mulheres vítimas de violência, e reduziu em 54% (de R$ 11,5 milhões para R$ 5,3 milhões) o valor para políticas de incentivo à autonomia das mulheres, reafirmando a ideologia patriarcal e de certa forma, a violência física contra a mulher, agora legitimada pelo Estado.
Para coroar, o Senado faz consulta pública sobre projeto que defende a extinção do termo feminicídio do código penal e com o intuito de cada vez mais controlar nossos corpos, no último mês, uma comissão aprovou a PEC 181/2011, chamada pelas ativistas de Cavalo de Tróia, porque inicialmente essa emenda previa o aumento do tempo de licença maternidade para as mães que tivessem filhos prematuros e que, recentemente foi alterada depois da pressão exercida pela bancada evangélica sobre o então presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Que acabou criando tal comissão que mudou a proposta inicial, inserindo termos, que na prática, institucionalizados inviabilizarão qualquer discussão sobre o aborto no Brasil, além de criminalizar os casos em que o procedimento hoje é permitido, como gravidez que decorrem de casos de estupro e que colocam em risco a vida da mãe. Vale destacar, que os números sobre o aborto no Brasil são alarmantes e que uma em cada cinco mulheres aos 40 anos já fez, pelo menos, um aborto, segundo estimativa da Pesquisa Nacional do Aborto, realizada pelo Instituto Anis. Dessas, a grande maioria utiliza o abortamento ilegal: estima-se que 1 milhão de procedimentos, em geral inseguros, são realizados por ano no Brasil, o que de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada dois dias uma mulher morre por complicações decorrentes do aborto ilegal.  
Por todos os dados apresentados, o momento político tem prejudicado principalmente as mulheres, é um desmonte das políticas de combate à violência contra a mulher, que precisam cada vez mais se empoderar e lutar por seus direitos. Esse empoderamento, uma retomada de poder pelas mulheres contribuirá para o crescimento econômico, social e político do Brasil.

*Claudia Medeiros é militante do MMTA-CC – Movimento de Mulheres Trabalhadoras de Altamira.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

BELO SUN TENTA ÚLTIMA CARTADA PARA CONSEGUIR EXPLORAR OURO NO XINGU

A mineradora transnacional Belo Sun, pertencente a um banco canadense, tenta iniciar a exploração de 108 toneladas de ouro na Volta Grande do Xingu ainda em 2017.

A mineradora canadense está utilizando da tática de cooptação para direcionar o posicionamento das famílias moradoras da região onde pretende instalar o maior projeto de ouro a céu aberto do Brasil. 
Quem denuncia isso é a diretoria da cooperativa mista de garimpeiros (COOMGRIF), que tenta conseguir junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) uma área para garimpar. 
Fala do presidente da Associação de Moradores da Vila da Ressaca, seu Francisco. 
A principal liderança da cooperativa e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) o senhor José Pereira Cunha (conhecido como Pirulito) revela que se sente ameaçado pela forma como a empresa manipula a mente das famílias da vila da Ressaca e Ilha da Fazenda. 
"A mineradora canadense fala para as famílias que a licença de instalação está travada na justiça por causa da resistência das ONGs, movimentos populares e do Pirulito" diz o Pirulito. 
Na última quinta-feira (23) foi realizada uma audiência pública na vila da Ressaca, e contou com a participação de dezenas de atingidos, para a surpresa de muita gente cerca de 150 pessoas foram recepcionar os convidados da audiência com muita agressividade. 

Coordenada pelo prefeito do município de Senador José Porfírio, Dirceu Biancardi (PSDB), a recepção era para os convidados não saírem sequer das voadeiras, dentre os convidados estavam a imprensa, ONGs,  Prelazia do Xingu, Pesquisadores, Defensorias Públicas do Estado (DPE) e União (DPU).
A audiência foi muito tumultuada por parte das pessoas que se dizem a favor, já os que são contra o projeto respeitaram as intervenções do outro grupo. 
Fala do Cacique Giliard Juruna, da aldeia Muratu (Terra Indígena Paquiçamba).

A fala do Prefeito, Presidente da Câmara Municipal, algumas lideranças foram praticamente iguais. Todos fizeram falas contra as ONGs, havia até uma faixa escrita "Fora ISA, Xingu Vivo, MAB e Pastorais". 
Para o MAB as falas e grito de ordem foram muito bem ensaiadas e orientadas pela Belo Sun, pois a empresa não está conseguindo a liberação do inicio das obras por questões técnicas e jurídicas, portanto, tenta manipular a população como última cartada para conseguir pressionar a liberação da licença de instalação. 
O Movimento também enxerga que a mineradora e o prefeito passaram a ser agitadores, ao contrário do dever que ambos tem, a primeira de empreendedora e o segundo de gestor e executor de políticas públicas. 
Essa audiência mostrou o nível de acirramento da luta na região, e que a Belo Sun medirá forças com as organizações da classe trabalhadora podendo utilizar de diversas armas para a criminalização de lideranças que moram na região há décadas. 


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sexta-feira, 2 de junho de 2017

A Frente Brasil Popular criou núcleo em Brasil Novo-PA

Na noite de ontem a Frente Brasil Popular reuniu no município de Brasil Novo-PA discutiu a conjuntura e criou o núcleo da Frente naquele município. 

A Frente Brasil  Popular (FBP) é uma frente de luta de massa que foi criada em 2015, durante esse período ela se transformou no maior instrumento da classe trabalhadora de enfrentamento ao Golpe no país. 
Ao mesmo tempo que a FBP foi criada a nível nacional, as organizações populares da Transamazônica e Xingu também abraçaram a causa e a criou nessa região. 
Ao longo de dois anos várias lutas nacionais foram construídas como a greve geral do dia 28 de abril e a ocupação de Brasília do dia 24 de maio. 
Segundo os militantes do núcleo regional Xingu da Frente Brasil Popular o objetivo é criar núcleos em todas as médias e pequenas cidades do brasil, por isso a iniciativa de construir a Frente em Brasil Novo-PA. 
Ontem as organizações que participaram e que agora integram o núcleo da Frente Brasil Popular de Brasil Novo são: MAB, STTR, COPOXIN, PJ e vereadora Jiovana Lunelli (PT).
Antes de Brasil Novo, na região do Xingu só tinha o núcleo regional e o do município de Altamira-PA, agora a tendência é priorizar a construção e o enraizamento da frente nos municípios. 
Além de Brasil Novo, o objetivo é construir a Frente Brasil Popular em municípios como Medicilândia, Vitória do Xingu, Uruará, Souzel e Placas. 
Hoje está marcada uma reunião em Medicilândia para a criação do núcleo municipal da Frente Brasil Popular, os moradores do município e organizações da classe trabalhadora estão convidadas a construir esse instrumentos da Luta pelo Fora Temer, Diretas Já e contra a retirada de direitos. 

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Movimentos sociais do Xingu culpam governo do estado por chacina em Pau D'arco

O PSDB é responsável por mais uma chacina de trabalhadores rurais no Pará. 
Os movimentos sociais e sindicatos da Transamazônica e Xingu, organizados na Frente Brasil popular, denunciam que a chacina no município em Pau D'arco no estado do Pará, que culminou na morte de 10 trabalhadores rurais, é culpa do governo do estado do Pará governado pelo Simão Jatene (PSDB).



Leia a carta denuncia na íntegra:

Frente Brasil Popular da Região Transamazônica e Xingu
Nota de Repudio
Passados 20 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás e 12 anos do assassinato da Irmã Dorothy Stang o Estado do Pará se encontra envolto em mais uma chacina de trabalhadores rurais por conflito de terra. Desta vez 10 trabalhadores – sendo 9 homens e 1 mulher – foram assassinados pela policia civil e militar do Estado no município de Pau D’arco, região próxima de Redenção. Só neste inicio de 2017 já são 12 trabalhadores e trabalhadoras  assassinados.
Diante de tamanha violência contra trabalhadores e trabalhadoras rurais cometida pelo Estado Brasileiro, e particularmente pelo Estado do Pará, que não reconhece o direito à terra a milhões de trabalhadores, nós entidades que compõem a FBP da região da Transamazônica e Xingu, repudiamos mais essa chacina e exigimos das autoridades que prendam, julgue e condene todos os responsáveis por essa tragédia que golpeia a dignidade humana das famílias que lutam por terra e por justiça social neste Estado. Mais uma vez a força do latifúndio, com o apoio do Estado através de suas policias, mancha de sangue a nossa terra e a nossa história.
A região da Transamazônica e Xingu que já foi palco de diversos crimes ligados à questão da luta pela terra convive hoje com alarmantes índices de violência urbana como consequência da construção da barragem de belo monte, além de todas as outras formas de violência que atingiram e continuam atingindo milhares de famílias que diariamente têm seus direitos negados pelo Estado e pelas empresas representantes dos interesses do grande capital nessa região. Não podemos nos calar diante de tamanha violência, omissão e impunidade que têm sido a marca dos governos do PSDB e que tem colocado o Estado Pará nas piores estatísticas de violência no campo e na cidade no cenário nacional e internacional.
Exigimos que o governador Simão Jatene seja responsabilizado pela morte de todos os trabalhadores assassinados assim como todos os envolvidos diretamente nesse massacre.
Nos unimos em solidariedade a todos os familiares dos trabalhadores assassinados nesse momento de extrema dor e revolta e continuaremos nossa luta pela concretização de uma sociedade justa e solidaria ao mesmo tempo que fazemos memória de todos que tombaram sob a violência do latifúndio e do Estado.
Abaixo, os nomes das 10 vitimas do latifúndio paraense:
Oseir Rodrigues da Silva
Nelson Souza Milhomem
Wedson Pereira da Silva
Wclebson Pereira Milhomem
Jane Julia de Oliveira
Bruno Henrique Pereira Gomes
Hércules Santos de Oliveira
Regivaldo Pereira da Silva
Ronaldo Pereira de Souza
Antônio Pereira Milhomem

Secretária Operativa.
Altamira - Pa, 30 de maio de 2017.

terça-feira, 16 de maio de 2017

Bispo do Xingu visita comunidade atingida por Belo Monte

No último sábado (13) o Bispo do Xingu, Dom João Muniz, visitou o Reassentamento Urbano Coletivo (RUC) Jatobá, a visita foi para "empossar" o novo padre da comunidade, o padre Rodolfo. 
Foto: o Bispo ao lado de moradores da comunidade.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realizou a cerimônia de boas vindas ao novo padre, para Edizângela Barros da coordenação do MAB e moradora do reassentamento "a igreja católica ajudou muito os pobres dessa região e sempre foi muita combativa contra Belo Monte assim como o MAB".
Foto; O padre Rodolfo está ao lado esquerdo do bispo.

Além do Jatobá o padre acompanhará o RUC Água Azul, bairro Paixão de Cristo e Loteamento Viena. Essas comunidades passarão a se chamar Comunidade Padre Frederico, em homenagem ao Padre Frederico, que faleceu a pouco tempo e que em vida ajudou muito as famílias atingidas por Belo Monte. 
Ao todo foram criados 5 reassentamentos para os atingidos por Belo monte, são cerca de 30 mil pessoas que moram nessas comunidades. o MAB já vem realizando uma série de denúncias quanto ao abandono dos reassentamentos por parte da Norte Energia e do Poder público.

Hoje a ALEPA criou a Frente pelos direitos e políticas indígenas no Pará.

Hoje na Assembleia Legislativa do Pará (ALEPA) foi criada a Frente indígena, popular, legislativa e institucional pelos direitos e políticas indígenas no Pará. 
Fonte: Assessoria do dep. estadual Airton Faleiro.

Por: Assessoria do deputado estadual Airton Faleiro 
A criação de uma Frente Indígena, Popular, Legislativa e Institucional, foi a principal resolução da Audiência Pública, realizada por iniciativa do Deputado Estadual Airton Faleiro (PT-PA), na tarde desta terça-feira (16/05), na Assembleia Legislativa do Pará.

Em debates acalorados, os indígenas representados pelos Kayapó, Tembé e Arapium, se manifestaram denunciando as tentativas de retiradas de direitos e os atos de violência praticados contra seus povos.
Os indígenas receberam a solidariedade e compromisso de apoio de integrantes de instituições e organizações relevantes que compuseram a mesa dos trabalhos, como o Reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho; Paulo Vilas Boas, da Fundação Vilas Boas; Jorge Farias, OAB-PA; SEDUC (Joseane Figueredo); SDDH (Darlah Mariana), CIME (Paulo Sérgio Dutra).
Além do Deputado Airton Faleiro, que presidiu os trabalhos, estiveram na Audiência Pública os Deputados Osório Juvenil, Gesmar Rosa e o Presidente da Casa Márcio Miranda, que encerrou os trabalhos.
Um carta com dados e proposições foi entregue pelo representante das populações indígenas e instituições da Região Oeste do Pará, Diego Arapium, que participou da Audiência Pública preparatória, realizada no município de Santarém, na última sexta-feira (13/05).
O Plenário foi composto, ainda, pelas seguintes organizações: FETAGRI; Levante Popular da Juventude; Consulta Popular; Movimento dos Atingidos por Barragens; Comissão Pastoral da Terra; União do Negro; Conselho de Saúde Indígena; IBAMA; FUNAI; VALE; Movimento de Mulheres Marias; Frente Brasil Popular; Associação dos Quilombolas; Câmara Municipal de Belém (Aline Kayapó – Mandato Verª Marinor Brito); FAEPA.
Segundo o deputado Airton Faleiro, haverá uma reunião de trabalho para a instalação da Frente Indígena e o estabelecimento das regras de funcionamento e plano de ação.

FVPP realiza Assembleia e escolhe a Nova Diretoria.

Na último final de semana a Fundação Viver Produzir e Preservar (fvpp) realizou sua Assembleia Geral para prestação de contas e escolha da nova direção da instituição. 
Foto: A nova diretoria da FVPP.
Fonte: FVPP

Participaram da assembleia os representantes de dezenas de sindicatos, associações, movimentos sociais, cooperativas e o deputado federal Zé Geraldo.
Foto: Deputado federal Zé Geraldo (PT)
Fonte: FVPP

A assembleia iniciou na sexta-feira com a análise de conjuntura, para o dep. federal Zé Geraldo a situação fundiária da região está mais ruim do que há quarenta anos. Outra questão são as obras paralisadas, "o IFPA tem obras orçadas em R$95 milhões, no entanto, só tem dinheiro para R$6 milhões". Zé Geraldo também falou da situação atual do Brasil "o Temer completou o primeiro ano ano de governo com 2 milhões de desempregados. 
Foto: Mesa da Análise da Conjuntura, com o microfone está a Dirigente da CUT estadual Elci Ana.
Fonte: Jhonatan Ferreira.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) também participaram da assembleia e pontuaram a necessidade da região se mobilizar para integrar a caravana nacional que ocupará Brasília no próximo dia 24.
Foto: Intervenção do MAB na mesa de análise de conjuntura.
Fonte: Jhonatan Ferreira 

No sábado foi realizada a prestação de contas dos projetos da FVPP, principalmente, com enfase aos projetos com financiamento do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRS X).
No mesmo dia foi realizada a escolha da nova diretoria da fundação que terá para os próximos anos a seguinte executiva: Paulo Medeiros (coordenador geral), Antônia Pereira Martins (Secretária Executiva), Maria Aparecida Brandão Monte (diretora financeira), Luís Paulo Alves Portugal (1º suplente) e Mariângela Pontes Alves (2º suplente). 

domingo, 7 de maio de 2017

Em 2017 a prefeitura de Altamira-PA gastará mais com comunicação do que com Transporte.

Em 2017 a prefeitura municipal de Altamira gastará mais dinheiro com a Comunicação do que com Transporte, Direito a Cidadania, Habitação e Trabalho. 
Fonte: Lei Orçamentária Anual. 2017. 

Segundo a Lei Orçamentária Anual (LOA) de Altamira, a prefeitura gastará R$719.624,00 em Comunicação, em contra partida o investimento em Transporte será de R$692.400,00. Já o investimento para o Direito a Cidadania será de apenas R$27.600,00. 

Transporte

Segundo o artigo 161 do Plano Diretor de Altamira "o sistema viário e os meios de transporte no município de Altamira atenderão, prioritariamente, as necessidades sociais do cidadão, como a do deslocamento da pessoa humana na garantia do exercício da garantia constitucional de locomoção", ou seja, a prefeitura deve garantir que os cidadãos altamirenses devem ter transporte para ter acesso a políticas públicas como emprego, saúde e educação (pelo menos) já que essas são necessidades sociais. 
Além disso o mesmo artigo fala que "é de responsabilidade do poder público pelo transporte coletivo, tendo este caráter essencial, assegurado mediante tarifa condizente com o poder aquisitivo da população e com garantia de serviço adequado e ininterrupto ao usuário". 
Além disso o Art 161 isenta de pagamento da tarifa de transporte coletivo, rodoviários municipais e aquaviários pessoas humanas: portadoras de deficiência física com reconhecida dificuldade de locomoção; criança com até seis anos de idade e cidadão com mais de 65 anos de idade. 
A política de transporte está linda no Plano Diretor, no entanto, a realidade é outra, começando pela prioridade de investimento por parte da prefeitura. 
Muitos moradores dos Reassentamentos Urbanos Coletivos (RUCs) e de outros bairros distantes do município reclamam da falta e/ou irregularidade do serviço.  
Segundo a presidenta da associação do RUC Jatobá (AFAJA), Edizângela Barros,  o coletivo passa apenas duas vezes no bairro, uma as seis horas da manhã e outra as seis horas da tarde, "assim fica difícil para as famílias terem acesso a cidade, ainda mais porque a tarifa de ônibus é muito caro e eles (onibus) são desconfortáveis."
Segundo o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) com a construção da Hidrelétrica de Belo Monte, cerca de 40 mil pessoas foram deslocadas compulsoriamente do centro da cidade para as áreas periféricas. 
Assim um município que tem 109 mil habitantes, segundo o IBGE, ou que tem cerca de 150 mil habitantes, na conta da prefeitura, tem uma grande parcela de sua população as margens da política pública. Portanto, nos últimos anos passou ser um grande desafio planejar, executar e monitorar a política de transporte público coletivo no município, no entanto, é evidente no orçamento para 2017 que a prefeitura preferiu priorizar outras áreas como a comunicação ao invés de destacar de uma política pública necessária para a sobrevivência de pelo menos 40 mil pessoas. 

sábado, 29 de abril de 2017

Vejam como foi a Greve Geral na Transamazônica e Xingu

Ontem (28) aconteceu a manifestação nacional da Greve Geral no Brasil. Cerca de 35 milhões de trabalhadores não foram trabalhar. 
No estado do Pará mais de 50 municípios tiveram algum ato contra a Reforma da Previdência e Trabalhista. 
Manifestação em Altamira. 

Em Belém foram 40 mil trabalhadores nas ruas, Santarém reuniu 9 mil trabalhadores, em Marabá foram 4 mil, em Itaituba foram 700 trabalhadores. 
Na Transamazônica e Xingu, os municípios de Altamira, Brasil Novo, Medicilândia e Senador Jose Porfírio pararam. 
Em Altamira foram mobilizados milhares de trabalhadores e saíram as ruas cerca de 3 mil pessoas contra as reformas do presidente (golpista) Michel Temer. A mobilização foi realizada por mais de 30 entidades organizadas na Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo e Centrais Sindicais. Participaram do ato trabalhadores da indústria madeireira, atingidos por Belo Monte, professores, estudantes, carteiros, bancários, comerciários, trabalhadores desempregados.
Manifestação em Altamira.

No município de Brasil Novo o prefeito Alexandre Lunelli (PT) decretou ponto facultativo, para que os trabalhadores pudessem participar da Greve Geral. Assim, cerca de 300 trabalhadores de Brasil Novo se somaram a mobilização em Altamira. 
Moradores de Brasil Novo na manifestação em Altamira. 

Em Medicilândia a Frente Brasil Popular, STTR, SINTEPP e outras organizações fizeram um trancaço na rodovia Transamazônica. Cerca de 300 pessoas participaram da mobilização. 
Manifestação em Medicilândia.
Fonte: Edimar (STTR).

Em Senador José Porfírio (Souzel), foi realizada uma caminhada que contou com a participação de pescadores, alunos, professores agentes de saúde, agricultores. A manifestação foi realizada por sindicatos, pastorais, colonia de pesca e cooperativas. 
Manifestação em Senador José Porfírio.
Fonte: Kalynne Nunes 


Impactos da Greve Geral

Segundo a nota da Federação do Comércio de São Paulo, o prejuízo para a categoria com a greve geral foi de R$5 bilhões em todo o Brasil. 
A rede Globo foi obrigada a cobrir a Greve Geral, mas foi desonesta ao divulgar, ficou claro no rosto dos apresentadores dos telejornais. O ministro da Justiça e o próprio presidente golpista falou que a Greve foi um fracasso. 
A Avaliação da Frente Brasil Popular é que essa foi a maior Greve Geral da História do Brasil, justamente no ano que completa 100 anos da primeira greve geral do Brasil. 

Clique aqui para ver o tamanho da GREVE GERAL em Altamira.



terça-feira, 11 de abril de 2017

Em 2016 a Norte Energia teve Lucro de R$448,3 milhões

No ano passado o Lucro da Norte Energia com a venda de energia gerada pela barragem de belo monte foi de exatamente R$448.310.000
Jornada de Lutas do MAB no dia 14 de março em Altamira. 

Segundo o relatório de demonstrações financeiras da Norte Energia de 31 de dezembro de 2016 a Receita Líquida de Venda (RLV) foi de R$654.543.000 enquanto que os Custos da Venda de Energia foram de R$206.233.000 (entre esses custos esteve a energia comprada para revenda, por causa do atraso da obra a Norte teve que desembolsar R$56.339.000).

Suspensão da Licença de Operação

Na última quinta-feira (06) o Tribunal Regional Federal (TRF) acolheu o pedido do Ministério Público Federal (MPF) que solicitou a suspensão da Licença de Operação (L.O) de Belo Monte.
O argumento do MPF é que a Norte Energia não cumpriu a condicionante dos saneamento, que diz respeito ao abastecimento de água potável e coleta de esgoto. 
Há duas semanas o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) solicitou ao IBAMA que também suspendesse a L.O de Belo Monte por causa das famílias atingidas (não reconhecidas) moradoras do bairro Jardim Independente 1 que não serão contempladas com os serviços de Água, Esgoto e Limpa Fossa, esses serviços são condicionantes da L.O. 
Atingidos do bairro Independente 2 também não foram contemplados com os serviços de saneamento, são cerca de 30 famílias que moram as margens da lagoa do Independente 2. Segundo a Moradora Alexandra Silva "em novembro do ano passado a Norte Energia falou que iria construir as tubulações na rua, mas até agora nada, enquanto isso estamos sem beber água potável pois o poço da minha casa e da casa da minha mãe estão contaminados com por causa do lago de Belo monte".

LUCRO EXTRAORDINÁRIO

Segundo o cálculo do MAB a estimativa é que a Norte Energia ao final da consenção de Belo Monte tenha uma receita bruta de R$160 bilhões, ou seja, será gerado com a privatização do rio Xingu uma riqueza bilionária, mas que será apropriada pelas empresas privadas, bancos e governos. Para o MAB é importante que os atingidos e atingidas disputem essa riqueza, pois ela foi gerada a partir do suor dos trabalhadores e de muitas lágrimas das famílias expulsas de suas terras. 


segunda-feira, 10 de abril de 2017

Em Altamira e Brasil Novo o PT organizou o Processo de Eleições Diretas.

No domingo (09) foi realizado em mais de 4 mil municípios do Brasil o Processo de Eleições Diretas (PED) do Partido dos Trabalhadores (PT). No Pará foram 110 municípios que elegeram as direções municipais e os delegados para o Congresso Estadual.  

Altamira

Deputado Federal Zé Geraldo participando do PED em Altamira.

Em Altamira a Eleição contou com uma análise de conjuntura narrada pelo deputado federal Zé Geraldo, que contribuiu com alguns elementos da situação atual do Brasil. O Zé Geraldo que na última semana encarou o Juiz Sérgio Moro em uma audiência na Câmara Federal dizendo-o que "se no Brasil a justiça fosse séria o Moro não seria mais juiz, devido seus inúmeros abusos de autoridade", o deputado lembrou do episódio que Moro grampeou criminosamente uma presidenta da república. 
Ao todo participaram do processo eleitoral cerca de 130 filiados do município, e a candidata Antônia Martins (Toinha) foi reeleita para o cargo de presidenta. 
Segundo a presidenta "depois de hoje nós saimos com a tarefa de levar para o debate com a sociedade três temas importantes: o debate da Geração de Emprego e Renda, a questão do saneamento (que continua sendo um grande desafio) e a luta contra a Reforma da Previdência com a construção da Greve Geral dia 28 de abril".

Brasil novo

Oliçato se reelegeu presidente do PT em brasil Novo.

No município de Brasil Novo a eleição foi realizada na sede provisória da Associação dos idosos e contou com as Presenças da Vereadora Jiovana Lunelli e o Prefeito municipal Alexandre Lunelli, na oportunidade o militante da Frente Brasil Popular, Fábio Barros, fez um breve análise de conjuntura convocando a militância petista para a Greve Geral do dia 28 de abril. 
Ao todo participaram da eleição 24 filiados e entre os candidatos a presidência do partido Antônio Nilso ficou em segundo e o Oliçato se reelegeu presidente com 15 votos.



sábado, 1 de abril de 2017

Reforma da Previdência será prejudicial para os Municípios do Xingu

A Proposta da Reforma da Previdência apresentada pelo presidente (Golpista) Michel Temer irá atingir negativamente os municípios da Transamazônica e Xingu.
Localização dos 11 Municípios do Xingu.
Fonte: IBGE.

Essa afirmação parte do estudo “A Previdência Social e a Economia do município” elaborado pelo Álvaro Sólon de França da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do brasil (ANFIP).
Segundo o estudo na maioria dos municípios brasileiros o valor da transferência previdenciária é maior do que as transferências do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e Arrecadação dos municípios.
O estudo faz essa comparação, pois o FPM e a Arrecadação são duas das principais fontes de recursos para o desenvolvimento de qualquer município brasileiro.
De acordo com a ANFIP “a quantidade de benefícios pagos mensalmente pela Previdência Social, incluindo os benefícios do Regime Geral (RGPS) e os assistenciais, é garantia não só de renda para diante da incapacidade laboral ou da idade avançada, mas de movimentação econômica e incremento do Produto Interno Bruto (PIB) de grande parte dos municípios brasileiros.”
O estudo levantou a Transferência previdenciária, Arrecadação e o FPM de cada município brasileiro, o blog Margem Esquerda do Xingu destacou os 11 municípios da região Transamazônica e Xingu que são atingidos por Belo Monte. Veja o Quadro abaixo.

Fonte: ANFIP, 2011.
Adaptação: Própria 
Na figura fica claro que Altamira é o município que mais recebeu recursos da previdência totalizando R$86.514.554 e o foi o município que arrecadou mais (R$21.179.460) e teve o maior FPM (R$16.075.785), além disso a título de comparação o recurso da Previdência foi 5,38 vezes maior que o do FPM.
O exemplo de Altamira bem como os de Medicilândia, Pacajá, São Felix do Xingu e Uruará (todos que tiveram a transferência da previdência maior que o FPM) mostra que o volume de recursos da previdência é importante para a economia local, pois os aposentados gastam e investem a maioria desses recursos nos municípios.
Diante disso a proposta do governo Michel Temer em mudar a Previdência irá impactar negativamente esses municípios, pois irá dificultar a aposentadoria da maioria dos brasileiros, principalmente dos trabalhadores rurais.

Trabalhadores Rurais

Segundo o Estudo da ANFIP “o alcance no meio rural é fantástico, haja vista a quase totalidade dos beneficiários receberem o piso previdenciário. São mais de 8,4 milhões de homens e mulheres rurícolas depositando na economia depositando na economia mais de R$4,5 bilhões por mês.”
No caso dos 11 municípios destacados, em 2010 foram transferidos R$100.436.878 para a previdência rural e certamente quase o total desses recursos foram investidos nessa região, ou seja, Reformar a Previdência irá prejudicar os municípios da transamazônica e Xingu, pois esse recurso é imprescindível para as famílias trabalhadoras sobreviverem e para o desenvolvimento econômico desses pequenos e médios municípios.
Diante disso o Blog Margem Esquerda do Xingu apoia e convida os trabalhadores e trabalhadora da Transamazônica e Xingu para construírem a Greve Geral do dia 28/04 contra a Reforma da Previdência e pelo Fora Temer. 

Referência


França, Álvaro Sólon de. A Previdência Social e a Economia dos Municípios. 6º Ed. Brasília. ANFIP, 2011. 252P. 

quarta-feira, 29 de março de 2017

Rio Xingu não é lixeiro

"Rio Xingu, não é lixeiro"


Sujeito à carga, sem jeito, o rio em pânico.
Riachos calmos - prestes a queda,

Xingu, vislumbra ainda em arte seu
Remanso calmo, doce/belo.

Mas,

Reflexo escuro, de manifestações
a pichações de muros, onde tua
bela obra está descartável de propaganda
Fútil.

Rejeitamos tal rejeitos, basta,
O rio doce está morto,
Em lutados - lutamos,
Para que não matem o Xingu
Daqui alguns anos...

Basta de,
Sangue, de árvores de carvão,
De peixes sem oxigênio
Chega de exploração.

Sangue - sugas,
Sonhos, pesadelo.

vislumbra toda sua bela obra,

Corrido, branco e preto.
Transparente.
Colorido em peso.

Extinção do respeito.
Direitos?

Lá vem (MI) Bilhões
Lá vem TRI "lixões".

Desmatamento, mata.
Rio, viu? Desvio por conta de
Ouro e prata.
Quem paga a conta? $inta? Sentiu.

Estouro, explosão.
Água benta.
Repulsão.

Faz rejeito ir ao sujeito.
Lama - fogo.
Flora no chão,
Fauna em extinção.

Canhões "adestrados",
Fauna, malas prontas.
Interesses/dourados.
Anzóis sem telas, içados.

Ferida na vinda.
Sem sutura na ida.
Esparadrapo em falta.
"VALE" mais, dólar,
"Belosan." em alta.

Xingu/região - nosso rio viram.
Descuidos, choros daqui,
Do Canadá - riram.

"Enverdejado" bem ali,
Troncos em água enfartado de...

SANGUE - vermelho/amarelo

Azul - disque - Assurini,
RIO XINGU mais uma vez tem "MEDO".

Alta/mira, na mira, princesinha esquecida,
Por ganchos do capital descoberta,

Coberta de verde, descobriram amarelo.
Cubram? Cubram? Infelizmente, nem o estado cobra. A grande volta em fim foi vista

Mas, por ser,

Em fim, L-U-C-R-A-T-I-V-A



(Rafael Gomes Zãn, 28.03.2017)