sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Estudantes Impõem a maior derrota de Alckmin (PSDB)

Os estudantes impuseram a maior derrota ao governador de São Paulo Geraldo Alckmim. O tucano lançou um decreto que previa o fechamento de 93 escolas estaduais e a transferencia de 311 mil estudantes em todo o estado. No entanto, a decreto do governador foi derrotado hoje. 

A Construção das Trincheiras dos Estudanntes

Segundo a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) os estudantes já haviam ocupado mais de 200 escolas, ou seja, mais escolas do que em tese o governo fecharia, esse número de intervenções nas escolas evidenciaram a força e a organização dos estudantes, pois eles conseguiram sensibilizar as famílias, vizinhos, professores e até cidades inteiras no interior do estado. 
A comunidade escolar realizou nas instituições de ensino vários mutirões de limpeza, os estudantes cozinhavam, faziam debates e culturais (vários artistas visitaram as ocupações, dentre eles o cantor e cyber-ativista Tico SantaCruz).
Como o governo não negociava com as organizações estudantis, o proximo passo foi ocupar as ruas, e deu certo, os estudantes  levaram as cadeiras para ruas e avenidas principais dos municípios e faziam aulas públicas.
No entanto, a reação dos governador foi a pior possível, assim como já havia ordenado a Polícia Militar (PM) a prender as liderenças das trincheiras e das entidades estudantis, a PM usou TIRO, PORRADA e BOMBA para desmobilizar os estudantes, nesse cenário a presidenta da UBES, Camila Lanes, foi presa pela segunda vez durante essas mobilizações, vale ressaltar que ela assumiu a presidência da entidade a menos de um mês, durante o Congresso Nacional da UBES em Brasília. Segundo a história a útima vez que um presidente da UBES foi preso, aconteceu na Ditadura Militar no ano de 1971. 
Além de Lanes a PM também prendeu vários midiativistas, durante esse processo de prisões foi importante a ação dos Jornalistas Livres e dos advogados populares.
Depois que as trincheiras ampliaram para as ruas, o governador lançou dia 1ª de dezembro o decreto que autorisava a transferência dos professores para a implementação da reorganização escolar. O objetivo era mais uma vez desmobilizar os estudanntes e isolar os movimentos sociais que estavam apoiando as manifestações. 
Mas a força dos estudantes foi maior, elas e eles não abandoram as ruas, infrentaram a repressão e impuseram hoje a pior derrota do governador tucano Geraldo Alkimin (PSDB), com isso de quebra o secretário de educação, Herman Vooewald, pediu pra sair e caiu depois de cinco anos nessa secretaria. 

Essa foi a pior Derrota de Geraldo Alkimim na carreira política

Durante todo o período de conflito com os estudantes, o governador sempre dizia que a população de São Paulo apoiavam o seu decreto, no entanto, no mesmo dia que o tucano declarou a suspensão da "reorganização escolar" o Datafolha lançou uma pesquisa avaliando a popularidade dele. 
A pesquisa foi realizada nos dias 25 e 26 de novembro, dias antes dos estudantes ocuparem as ruas, mesmo assim 62% da população do estado são contra o "Reordenamento das escolas" e 55% da população é a favor da ocupação das escolas pelos estudantes para evitar a reorganização. 
Esse resultado representa a desmoralização do governo tucano no estado, mas a maior derrota foi a diminuição da popularidade do governador, pois 28% cosideram a gestão do tucano ótimo ou bom, isso representa a menor taxa de aprovação na série de 29 pesquisas do Datafolha ao longo dos quatro mandatos de Alckmin (mais de 10 anos de gestão, em período alternados, desde 2001).
Há um ano quando o governador foi reeleito cerca de 48% do eleitorado avaliram o seu governo como ótimo ou bom. Outro fator que está tirando a alegria de Alckmin é que 30% do eleitorado classificam a gestão tucana como ruim ou péssima, segundo o Datafolha essa é a primeira vez que há mais gente no estado de São Paulo desaprovando do que aprovando Geraldo Alckmin. 
A pesquisa indica que além do conflito do governador com a comunidade escolar outro fator importante para a queda de populareidade é a crise de gerenciamento da  água, pois 38% dos paulistas avaliam ser ruim ou péssimo a atuação do governo para resolver a crise hídrica e 83% revelam que o governo não ofereçe todas as informações da crise. 
É importante ressaltar que a suspensão da "Reorganização Escolar", pode ser uma estratégia para desmobilizar os estudantes para não diminuir mais a popularidade do governador. 
E outra hipótese é o PSDB desocupar as ruas com os estudantes, para mudar o foco e preprarar caminho para a Direita tentar sustentar o Golpe contra a Democracia nas ruas.
Fiquemos atentos à conjuntura.