quarta-feira, 29 de julho de 2015

Em Altamira, Militantes dos EUA discutem conjuntura de seu país

Ontem (29) no auditório da faculdade de Etnodiversidade o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) organizou uma roda de conversa com a presença de dois militantes do Estados Unidos da América (EUA).
Robert Robinson é o primeiro da esquerda e Joelle Robinson é a primeira da direita.
Foto: Rylla Bryanne  

O auditório ficou lotado com a presença de estudantes, militantes do MAB, curiosos que foram até lá para discutirem a conjuntura dos EUA a partir da visão de Robert Robinson e Joelle Robinson, ambos militantes desse país. 
Robert Robinson  é da Organização Não Governamental (ONG) "Take Back the Land" que significa "Retomar a terra", ele iniciou o debate falando um pouco da história de seu país, segundo ele a sociedade norte americana foi formada a partir do Imperialismo, Colonialismo e Escravagismo, esse último terminou no papel em 1865 mas na prática continua existindo em toda a América. 
A ONG  que Robert Coordena surgiu a partir da necessidade intensificada na crise de 2008, onde o numero de casas vazias aumentou para 14 milhões e o déficit habitacional atingiu o patamar de 2 milhões de habitantes nos EUA, então, segundo ele era só fazer uma conta simples, no entanto, para o capital essa conta não poderia ser feita, a partir daí as lutas por moradias aumentaram em Nova York, mas as famílias tinham muito medo de ocupar os prédios por que não entendiam seus direitos. 
Para Joelle Robinson da ONG EcoHermanas na tradução fica "Irmãs ecológicas", a colonização do Brasil e EUA foram as mesmas, mas que no Brasil a formação Política é mais ampla, pois diferente do Brasil nos EUA as organizações sociais são muito locais, Robert complementa dizendo que o único movimento nacional que teve nos EUA foi os "Panteras Negras", e isso já faz muito tempo. 
Segundo Joelle a comunidade de cor (afrodescendentes e latino americanos) não têm acesso a alimentação saudável, para eles só são ofertados McDonald enquanto que para as outras pessoas são ofertados frutas e legumes. Para tentar furar esse bloqueio a ONG que ela faz parte está criando Hortas Comunitárias e Lutam por incentivos para a construção de mercados para a venda de produtos saudáveis. 
Sobre a Luta racial, Robert falou que o programa de Cotas também foi feito nos EUA, principalmente nos anos 1960 e 1970, ele considera um bom programa, mas não será isso que acabará com o Racismo estrutural em seu país. Recentemente a Luta racial intensificou por causa do episódio de Fergunson (entenda) onde a juventude negra saiu as ruas para protestarem contra o assassinato de um Jovem negro por policiais brancos. 
Dentre as várias perguntas feita na roda de conversa, uma foi sobre o fim do embargo econômico entre EUA e Cuba, para Joelle o retorno das relações entre esses países é importante, pois nos EUA a população não têm acesso a informações sobre a cultura, política, sistema de saúde e educação cubana, e o país impões barreiras para as pessoas viajarem a Cuba. 

Robert e Joelle fazem parte de organizações consideradas amigas do MAB, essa rede com organizações internacionais foi costurada a partir do 7ª Encontro Nacional do MAB, ocorrido em 2013 e São Paulo. 
Foto: Rylla Bryanne
Agora eles retornam para os EUA com uma visão mais ampla e da responsabilidade que terão a partir de agora em aumentar a força e a resistência na Luta contra o Imperialismo de seu próprio país. 

Em Altamira Organizações discutem Crise do Sistema Capitalista

Movimentos Sociais se reuniram em Altamira-PA para discutirem a conjuntura do Brasil a partir da crise atual do sistema capitalista.


A roda de conversa aconteceu no auditório da faculdade de Etnodiversidade e contou com a presença de vários movimentos sociais e partidos de Esquerda, entre eles, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Coletivo de Poetas Marginais, Casa de Educação Popular, Consulta Popular, Associação das Famílias Moradoras da Transamazônica e Xingu (AFATRAX), Associação das Famílias Moradoras do Jatobá, PCdoB e PSOL.
Segundo o militante do MAB, Gilberto Cervinsk a atual crise econômica do Brasil foi influenciada pela crise do Sistema Capitalista, pois os preços do petróleo caíram justamente no período eleitoral do ano passado, bem como há uma tentativa dos Estados Unidos (através de suas petroleiras) de tomar a Petrobrás, pois só esta estatal brasileira tem tecnologia para extrair petróleo do Presal, portanto, a ideia é privatizar a Petrobrás para que ela sirva aos interesses do Império Norte Americano.
Em 2014 a presidenta Dilma sancionou a lei que destina os 50% do Fundo Social do Presal para a Educação e 75% dos royalties do presal pra Educação além de 25% dos Royalties para a Saúde, com isso o novo Plano Nacional de Educação terá o investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a Educação. No entanto, com a privatização da Petrobrás esses recursos do Presal irão para os Acionistas das bolsas de valores, e essa perca de investimentos em educação pressionará cada vez mais para a Redução da Idade Penal, pois com @s adolescentes aprisionados, a tendencia é que aumente a superlotação dos presídios e isso se torne argumento para a privatização do Sistema carcerário, sendo que isso interessará as grandes Fábricas, que colocarão @s pres@s para trabalharem em troca da redução da pena, mas que por trás disso lucrarão como nunca.
Cervinsk também falou que em períodos de Crise os mais prejudicados são a classe trabalhadora pois há um forte ataque ao Direitos já conquistados como a Terceirização, Perca de Seguro-Defeso, aumento de acidentes, diminuição de salários. O professor Rozinaldo, do PCdoB comentou que os bancos nunca lucraram tanto como no atual cenário brasileiro "pesquise na internet o lucro do primeiro trimestre do banco Itaú e Bradesco".


quinta-feira, 23 de julho de 2015

Jurunas pedem consulta sobre mineração de multinacional no Xingu

Por: MPF
17/07/2015 às 17h18

A região do Xingu onde a empresa quer operar é a que vai sofrer os maiores impactos de Belo Monte. MPF, Funai e UFPA reuniram com os índios para debater o direito de consulta

Indígenas em manifestação contra a construção das Barragens no rio Xingu.
O cenário da Volta Grande do rio Xingu, em Altamira, oeste do Pará, é um deslumbrante labirinto de ilhas, praias, pedrais e floresta virgem, principalmente agora, no alto verão amazônico, quando o rio seca e as temperaturas sobem acima dos 35 graus. O que não se vê na paisagem – por enquanto - é a incerteza que paira sobre a região com a instalação da usina hidrelétrica de Belo Monte. Também não se enxerga a olho nu a disputa de bastidores travada por uma mineradora canadense, Belo Sun Mining Co., do grupo Forbes Manhattan, para acrescentar aos graves impactos da usina um projeto de exploração de ouro na Volta Grande, que pode complicar até a viabilidade ambiental da hidrelétrica.

O licenciamento da mineração está sendo feito pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Pará (Sema) e a empresa obteve a Licença Prévia, apesar das várias irregularidades apontadas pelo Ministério Público Federal. Entre elas, a falta de clareza sobre a acumulação de impactos na região da Volta Grande. É a região mais gravemente afetada por Belo Monte – são os 100 km do Xingu que terão a água desviada para mover as turbinas da usina - e que pode ter todos os ecossistemas comprometidos.

Considerada pelo Ministério do Meio Ambiente como uma região de alto interesse para a conservação da biodiversidade, com fauna e flora únicos, a Volta Grande será submetida a uma situação de estresse hídrico que pode decretar sua extinção. O próprio Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) e a ANA (Agência Nacional de Águas) reconheceram a gravidade da situação da Volta Grande e estabeleceram um período de monitoramento de 6 anos, no qual pode ser necessário, por exemplo, desviar menos água para as turbinas para assegurar a sobrevivência do rio.

Mesmo com tamanha incerteza, a Sema ignorou os alertas do MPF e concedeu a licença. Também ignorou a existência das comunidades indígenas, que vivem há gerações no delicado e rico ecossistema da Volta Grande. A secretaria emitiu a licença sem exigir estudos sobre os impacto aos índios. A Funai (Fundação Nacional do Índio) interveio no processo e determinou os estudos. Mas os índios das Terras Indígenas Paquiçamba e Arara da Volta Grande querem ser consultados sobre o projeto antes de qualquer nova etapa do licenciamento.

Nos dias 15 e 16 de julho, os moradores da Paquiçamba, da etnia Yudjá, também conhecidos como Juruna, se reuniram na aldeia Mïratu, na margem da Volta Grande, para debater a situação de duplo impacto a que podem se ver submetidos. Diante de representantes da Funai, do MPF e da Universidade Federal do Pará, eles decidiram que vão exigir, antes de qualquer estudo sobre a mineradora, que seja finalmente garantido o direito à consulta prévia, previsto na legislação, mas nunca assegurado em Belo Monte. E iniciaram a construção de um protocolo para a consulta, seguindo o exemplo de outros povos afetados por empreendimentos que estão reivindicando o direito nunca respeitado pelo estado brasileiro, como os Munduruku do Pará e os Wajapi do Amapá.

Uma das preocupações dos índios e da Funai é com o risco de contaminação do rio pela mineração da Belo Sun. A extração de ouro industrial que a empresa propõe vai exigir a extração de toneladas de terra e rocha. Para cada tonelada de material, 1 grama de ouro será retirado. O problema é que o processo vai expor o arsênio contido na rocha, que, em caso de vazamento para o rio, pode ter consequências mortais para as comunidades indígenas que vivem das águas do Xingu. Para o mesmo 1 grama de ouro, são liberados até 7 quilos de arsênio, que é altamente tóxico.

O técnico Rodrigo Bulhões, da Coordenação Geral de Licenciamento da Funai, que acompanha o licenciamento, cita o exemplo da mina de ouro Kinross, também canadense, instalada em Paracatu, Minas Gerais, onde a contaminação por arsênio provocou doenças graves na população. A contaminação pode vir das duas pilhas de rejeito que a mineração vai produzir, de 75 e 85 metros (equivalentes a prédios de 23 e 28 andares), cheias de arsênio que será, de acordo com o projeto, mantido em uma bacia de contenção. A piscina de rejeitos ficaria, caso instalada a mina, a apenas 1200 metros do curso do Xingu.

Para a Funai, a incerteza sobre o futuro da Volta Grande não permite que os estudos feitos pela Belo Sun sejam conclusivos a respeito dos impactos no rio. Por isso, já recomendou à Sema que adie em 6 anos o projeto, até que acabe o período determinado pelo Ibama para o monitoramento dos impactos de Belo Monte. Antes de qualquer estudo, dizem os Yudjá, a consulta a eles tem que ser feita pela empresa canadense. “É o nosso futuro, a nossa permanência nessa terra que está em jogo. Nós precisamos dizer o que pensamos”, disse Leiliane Pereira, jovem liderança da aldeia Mïratu.

Os Yudjá são conhecidos como Juruna, nome que significa boca preta e que foi dado por povos indígenas vizinhos a eles. Yudjá significa dono do rio e é como reivindicam serem chamados. Além deles, são afetados por Belo Monte e por Belo Sun os índios Arara da Volta Grande e a população de indígenas em isolamento voluntário que vive na área Ituna-Itatá, protegida pela Funai.

Enquanto a situação da Volta Grande é de incerteza sobre o futuro, a do projeto Belo Sun é de pressão para a implantação. A pedido do MPF, uma sentença do juiz federal em Altamira anulou a licença prévia do empreendimento, em 2014. O MPF entrou com uma segunda ação judicial, reivindicando que o licenciamento seja feito pelo Ibama. Em decisão liminar a Justiça Federal determinou que o Ibama intervenha em todos os atos desse processo. A empresa recorreu e aguarda julgamento pelo Tribunal Regional Federal da 1a Região, em Brasília. Enquanto os processos aguardam julgamento, as duas decisões das Justiça Federal em Altamira encontram-se suspensas.

Fonte: http://www.prpa.mpf.mp.br/news/2015/indios-yudja-pedem-consulta-sobre-mineracao-canadense-belo-sun-que-quer-extrair-ouro-no-xingu

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Atingidos por Belo Monte realizam 1ª Noite Cultural no Jatobá

No dia 11 de julho (sábado) o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e a Associação das Famílias Moradoras do Jatobá (AFAJA) realizaram a 1ª Noite Cultural no bairro. Cerca de 1000 pessoas prestigiaram o evento.
Grupo de Dança "Rosa dos Ventos".

O bairro Jatobá é um dos cinco Reassentamento Urbano Coletivo criado pela Norte Energia (dona de Belo Monte) para as famílias atingidas pelas barragens no rio Xingu. No bairro foram construídas cerca de 1100 moradias, todas do mesmo tamanho para as famílias que moravam as margens do igarapé Ambé.
Edizâgela Barros, militante do MAB, destaca que "vários problemas que nós tínhamos no baixão ainda continuamos tendo, pois aqui no Jatobá falta água, o fedor das fossas é grande, a energia é muito cara, e em vários aspectos as condições até piorou pois o transporte ficou mais difícil e mais caro, o bairro ainda não tem nem CEP, a violência está aumentando, não têm agência bancária próxima pra recebermos o bolsa família e uma série de problemas".
Para Alacídia, representante da AFAJA "mesmo saindo do baixão continuamos com muitos problemas estruturais, por isso foi criado a associação, que por sinal não tem  qualquer influencia da Norte Energia, de vereadores ou prefeitura, decidimos nos organizar para poder Lutar por mais direitos". 
"Hoje estamos realizamos a 1ª Noite Cultural para poder reunir a comunidade e cada um se conhecer mais um pouco, já que Belo Monte foi um rolo compressor que fragmentou as comunidades, essa festa simboliza além de um espaço cultural construído pelas próprias famílias também representa a retomada das Lutas dentro do bairro" completou Alacídia. 
A noite contou com vários grupos de dança, entre eles o Tradição Esperança do Jatobá e o Explosão Novo Horizonte.
A organização da Noite Cultural não vendeu bebidas alcoólica e foi vendido comidas típicas para arrecadar fundos para pagar o empréstimo feito pela AFAJA para se registrar. 
Além da Noite Cultural o MAB e a AFAJA conseguiram conquistar recentemente que os terrenos de esquina de cada rua fossem liberados para comerciantes (cerca de 110 comerciantes) que estavam nos baixões e não mais (como queria a Norte Energia) que esses terrenos fossem vendidos para grandes comerciantes. 
Outra conquista dessa parceria foi a de um mercadão (feira) para a comunidade, a Norte Energia já contratou uma empresa para dar início a construção desse espaço para as famílias poderem vender seus produtos. 

Mais foto:
Grupo de Dança "Tradição Esperança do Jatobá".

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Papa Francisco pediu: Perdão pelos crimes da Igreja; Terra, Teto e Trabalho para todos.

Na Bolívia, durante o segundo encontro com os movimentos populares de 40 países (entre eles o MAB e MST) o papa Francisco pediu Perdão pelos crimes cometidos pela Igreja Católica durante a Colonização sangrenta que houve na América Latina e pediu Terra, Teto e Trabalho para todos.

Pronunciamento do Papa Francisco aos mais de 1500 militantes de movimentos populares de todo mundo.

As palavras do Papa Francisco não podiam ter sido mais categóricas: “Peço humildemente perdão, não só pelas ofensas da própria Igreja, mas também pelos crimes contra os povos originários durante a chamada conquista da América”. Durante um encontro com movimentos populares de todo o mundo em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia), Jorge Mario Bergoglio pediu “terra, teto e trabalho” para todos: “São direitos sagrados. É preciso lutar por eles. Que o clamor dos excluídos seja ouvido na América Latina e em toda a Terra”.
“Esse sistema já não se sustenta”, disse Bergoglio em um discurso de seis páginas que transitou por passagens já conhecidas – a globalização da indiferença, a condenação do cultura do descarte… – , mas explorou outros que chamaram à rebelião dos mais humildes: “Necessitamos de uma mudança positiva, uma mudança que nos faça bem, uma mudança redentora. Necessitamos de uma mudança real. Esse sistema já não se sustenta. E os mais humildes, os explorados, podem fazer muito. O futuro da humanidade está em suas mãos”.
Em uma passagem que pôs a emoção à flor da pele, Bergoglio quis fazer dos mais humildes os protagonistas da salvação do mundo: “O que posso fazer eu, catador, lixeiro, reciclador, frente a tantos problemas se mal ganho o suficiente para comer? O que posso fazer eu artesão, vendedor ambulante, caminhoneiro, trabalhador excluído se nem sequer tenho direitos trabalhistas? O que posso fazer eu, camponesa, indígena, pescador que mal posso resistir o avassalamento das grandes corporações? O que posso fazer eu desde minha vila, meu barraco, meu povoado, meu assentamento quando sou diariamente discriminado e marginalizado? O que pode fazer o estudante, o jovem, o militante, o missionário que percorre as favelas e periferias com o coração cheio de sonhos, mas quase nenhuma solução para meus problemas?”
Continuando, o Papa, entre aplausos, respondeu sua própria pergunta: “Muito! Podem fazer muito. Vocês, os mais humildes, os explorados, os pobres e excluídos, podem e fazem muito. Ouso dizer que o futuro da humanidade está, em grande medida, em suas mãos, em sua capacidade de organizar-se e promover alternativas criativas, na busca cotidiana dos três T (trabalho, teto, terra). Não se intimidem!”
Para muita gente o papa Francisco está ousando mexer onde poucos ousaram, a primeira medida que executou como papa, Bergoglio reformou (moralmente) o banco do Vaticano, de lá pra cá em cada discurso vem mostrando cada vez mais sua preocupação com o meio ambiente e o ser humano, deixando claro que a exploração desses dois acontece por causa do atual sistema econômico. 
Sobre essa viajem do papa à América Latina a grande Mídia pouco noticiou, a globo chegou a dar destaque ao presente que presidente Boliviano (e bolivariano) Evo Morales deu ao papa, ele deu uma folha de coca a Francisco. No entanto, não foi noticiado com tanto entusiasmo e ênfase o discurso sobre a Terra, Teto e Trabalho. Isso deixa escancarado que o lado dos grandes veículos de (des)informação é o ódio, este por sua vez reproduzido pelos programas sensacionalistas para a classe trabalhadora. No momento que o mundo passa atualmente com tantas guerras (ditas santa) com tantas incertezas ambientais e econômicas, palavras de ESPERANÇA e ÂNIMO proferidos pelo Jesuíta e Franciscano deveriam ecoar em todo canto desse planeta. 

Com informações do site:  http://brasil.elpais.com/brasil/2015/07/10/internacional/1436484652_422140.html


Veja o Discurso na íntegra do Papa Francisco:


quarta-feira, 8 de julho de 2015

SANEAMENTO É O TEMA DE CARTA DOS MOVIMENTOS PARA OS POLÍTICOS EM ALTAMIRA


Ontem várias organizações se reuniram para debater quanto ao projeto de lei da prefeitura municipal de Altamira  que visa criar a coordenadoria de saneamento municipal, com esse projeto o prefeito Domingo Juvenil (PMDB), visa retirar a concessão da COSANPA em gerenciar o abastecimento de água tratada e coleta/tratamento de esgoto (água residuário) para levar essa responsabilidade para a prefeitura. 
Sobre esse tema as organizações lançaram a seguinte carta:
CARTA ABERTA E MANIFESTO À
Poder executivo
Poder legislativo
Sociedade Altamirense
Prezadas Senhores e Senhoras,
1- Nós entidades do movimento social de Altamira, diante do projeto de lei 132 de 12 de junho de 2015, que dispõe sobre a criação da Coordenadoria de Saneamento de Altamira, COSALT. Informamos nossa preocupação com o formato com que este importante debate tem sido feito. A água é um bem público e sua municipalização deve ser devidamente debatido com a sociedade;
2- Acreditamos que o patrimônio advindo da condicionante que construiu um novo complexo de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Altamira deve de fato pertencer a seus munícipes. Contudo, em molde diferenciado do que propõe a referida lei. Compreendemos que deva ser criada uma Secretaria de Saneamento com estrutura e servidores aptos a desenvolver tão relevante serviço;
3- Ressaltamos também que este bem deve ser unicamente do povo de Altamira. Nesta perspectiva, avaliamos temerário o artigo 4ª da lei que permite somente ao Chefe do Poder Executivo celebrar toda sorte de acordos, que ao fim de fato regularizam a privatização de nossa água e deste patrimônio que é de todos os moradores de nossa cidade. Propomos que tal artigo seja retirado ou que se garanta um mínimo de 10 anos para que tal possibilidade ocorra, além da decisão ser obrigatoriamente submetida à aprovação do poder legislativo e da sociedade civil por meio de audiências públicas;
4- Outro ponto a ser debatido diz respeito as ligações intradomicíliares que serão feitas pela prefeitura com recursos da Norte Energia. Elas de fato atenderão a 100% da população de maneira gratuita ou apenas em parte? A pretensa indenização reivindicada pela CONSANPA será custeada por quem? E o plano municipal de Saneamento quando será feito e aprovado? Diante de tantos fatos que nos causam sobressalto propomos que tal debate seja levado a exaustão com toda a sociedade altamirense;
5- Isto posto, esperamos que os poderes legislativo e executivo cumpram sua função de zelar pelo patrimônio público, ainda mais da água que é um bem que a todos pertencem e por conseguinte merece toda a atenção.

Assinam:
MAB, SINTEPP de ALTAMIRA, UJS, Levante Popular, Território Livre

segunda-feira, 6 de julho de 2015

OXI, dizemos NÃO ao FMI.

Atolados na crise do Sistema capitalista desde 2008, o povo grego disse não (OXI) á TROIKA (bancos privados)!
Gregos comemorando a vitória do NÃO ás propostas do FMI.
Fonte: Telesur


Troika é o nome dado a tríade formada por três organizações que passaram a pressionar a Grécia de 2010 pra cá, e é formada pelo FMI, Banco Central Europeu e comissão Europeia (comissão dos países europeus), a troika assumiu a posição em defesa dos bancos privados e pressiona um acordo com a Grécia para este país pague a suposta dívida com os tais bancos privados.
Segundo Maria Lúcia Fattorelli, especialista em dívida pública, “a Grécia entre os anos de 2010 a 2015 não recebeu moedas e sim papeis dos bancos, papeis que vieram de uma empresa privada com sede em Luxemburgo da qual os países europeus são sócios, essa empresa foi criada no auge da crise em 2010 para tentar salvar os bancos privados. Depois o Fundo Monetário Internacional (FMI) emprestou moeda corrente (dinheiro) aos gregos, mas para uma única finalidade, para que o país pagasse aos bancos privados as dívidas (juros) que adquiriu no período de crise".
Uma comissão formada por vários especialistas da área de Divida Pública, incluindo a brasileira Maria Lúcia Fattorelli foram convidados pelo atual governo grego para avaliar a situação econômica do país, segundo Fattorelli o relatório preliminar “apontou uma completa ilegalidade e ilegitimidade no campo jurídico.”
O sistema capitalista escolheu a Grécia como latrina, pois os acordos mais abutres fizeram com aquele país, atualmente 60% dos jovens estão desempregados, as pensões dos aposentados foram reduzidos em mais de 50%, desde a semana passada os bancos estão sem moedas.
O primeiro ministro grego, Alexis Tsipras, eleito recentemente pelo campo da esquerda e com a proposta de campanha que visava a auditoria da dívida, que já chega a 1 trilhão de euros (segundo os bancos privados), pediu um Referendo que perguntou ao povo se eles queriam ou não seguir o plano da Troika para a economia da Grécia, este plano ofereceria “ajuda” ao país, mas em contra partida teriam que aumentar os impostos (que já estão sendo aumentados de 2008), cortar as aposentadorias entre outras percas de direitos.
Ontem (domingo) foi realizado o referendo, cerca e 65% da população votou e a maioria (61,31%) votaram OXI (NÃO) a proposta da Troika para o país, depois do resultado o povo comemorou muito, Tsipras espera com esse resultado ter mais fôlego e mais força para negociar com a União Europeia a dívida do país. Com a vitória do "não", a consultoria norte-americana Teneo estima que a probabilidade da Grécia deixar o euro subiu para 75%.
O governo grego já marcou várias reuniões para hoje e durante toda a semana, o diferencial é que agora está munido com o resultado do referendo, o FMI por sua vez continuará pressionando o país, mas que agora com mais cautela, já que o banco dos BRICS (alternativa dos países emergentes) sai da sombra e prepara o salto. Este por sua vez assumiu compromissos com a própria Argentina que também sofre com as intervenções dos bancos abutres (protegidos pelo FMI) o que, inclusive, afeta a economia brasileira, pois os Hermanos é o terceiro país que mais compra produtos do Brasil.

Se a Grécia conseguir fazer a auditoria oficial dessa dívida não será o primeiro país a realizar esse feito, o atual presidente do Equador Rafael Correa realizou a auditoria da divida em 2007 e com isso reduziu em 70% o estoque da dívida pública equatoriana e conseguiu dar um salto de qualidade na gestão do país com a quadruplicação dos investimento em Educação e Saúde.