terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Jatene desconhece a região do Xingu

Fonte: http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=107806


Ontem (22) no programa Roda Viva, na tv Cultura, o governador do Pará Simão Jatene foi sabatinado sobre a ausência de defensores públicos na regiao onde está sendo construída a maior Hidrelétrica totalmente brasileira, Belo Monte, onde mais de 20 mil pessoas estão sendo expulsas de suas casas e terras, sendo que muitas dessas pessoas estão sendo coagidas pela dona da barragem a assinar contratos mesmo sendo analfabetas e com prazos de cinco dias, sendo que se ultrapassarem esse prazo elas são ameaçadas de despejo com a mão na frente e outra atrás.

Veja bem, indagado sobre a ausência de defensores públicos do estado para a região do Xingu, o governador simplesmente falou que não sabia!! Ora, a vários meses só temos defensores públicos itinerantes, o que não consegue suprir a demanda de violação de direitos Humanos ocasionados pela interesse do grande Capital na Construção da Hidrelétrica de Belo Monte!


Muito citado na propaganda eleitoral, o plebiscito pela divisão do estado, também foi destaque com várias perguntas dos jornalistas, nesse sentido o governador não entende porque houve tanto apelo da sociedade paraense nas regiões Centro-Oeste e Sudoeste pela divisão, no entanto, o fato de o governo do estado não se prestar efetivamente nessa regiões é que motivam o povo a buscar uma medida drástica como a Divisão do estado, é inadmissível que um governador não conheça regiões onde se pretendem construir o maior parque hidrelétrico e um dos maiores parques portuários do país. Nesses espaços não ocupados pelas políticas públicas efetivas é que o grande Capital se instala e sai destruindo culturas tradicionais e a biodiversidade, fomentando a exploração sexual de crianças e mulheres. Onde os governos veêm espaços vazios, o grande capital vê espaços para potencial exploração.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Atingidos por Belo Monte celebram as Lutas e Conquistas de 2014.

No último sábado (20) as famílias organizadas no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e que moram no “Reassentamento Urbano Coletivo” (RUC) Jatobá celebraram as Lutas, Conquistas e Desafios para o próximo período.


Na ocasião foi realizada a memória das Lutas de 2014, onde várias das famílias reassentadas só conseguiram acelerar o processo de mudanças por causa da ocupação do RUC e ocupação da Rodovia Transamazônica, alguns militantes confessaram que estão no Movimento a mais de quatro ou cinco anos, e que a princípio duvidavam que não haveria violação de Direitos Humanos, mas que durante esse período participaram de vários processos de formação do MAB, e puderam ver alguns casos como na região do rio Madeira (reduto das barragens de Jirau e Santo Antonio) e os assimilaram com o que ocorre com a região do Xingu.
Esse ano o Inverno foi intenso e obrigou as famílias moradoras dos “baixões” a serem abrigadas no Parque de Exposição, nesse local essas trabalhadoras e trabalhadores ficaram alojado em ESTÁBULOS, por vários dias elas ficaram sem água, sem banheiro, sem segurança, sem dignidade. Nesse sentido a ocupação do RUC Jatobá e ocupação da Rodovia Transamazônica (dia13/03) foram importantes para essas famílias conseguirem estruturas um pouco mais salubre no alojamento, via Norte Energia (dona de Belo Monte). No entanto, o Inverno já estava terminando e muitas famílias não queriam mais retornar aos baixões e sim as casas prometidas pela Norte Energia, nesse sentido fora feita outra ocupação na Transamazônica no dia 27 de maio, para pressionar a empresa a acelerar a construção das casas, a realocação e cadastramento das famílias não cadastradas.
Mesmo assim depois de estarem reassentadas a Luta continuou, algumas casas apresentaram defeitos (rachaduras, explosão de fossas, alagamentos no quintal), inclusive os moradores enviaram um ofício a Norte Energia Solicitando uma reunião para discutirem e resolverem os problemas citados e a falta de escolas e postinho médico, além de iluminação pública, mas que até a gora não fora respondido pela empresa.
Outro problema enfrentado pelos moradores é o alto valor cobrado da energia elétrica, onde o valor, em vários casos dobrou e em alguns caos foi multiplicado por cinco, isso se deve, pois antes de fazer a mudança dessas famílias a Norte Energia não se atentou em continuar o registro na CELPA/EQUATORIAL dessas famílias como Unidade de Baixo Consumo. Inclusive as famílias participaram no Ato contra o Aumento da Tarifa de Energia no dia 05 de agosto.

No segundo momento da confraternização foram apresentadas as Arpilleras (técnica chilena usada pelas mulheres na denúncia da ditadura Chilena), essa técnica foi ensinada as mulheres do RUC durante o encontro de Mulheres do MAB, no último dia 13. Na conjuntura de Belo Monte essa técnica é usada para denunciar a violação aos Direitos Humanos na Construção do Aproveitamento Hidrelétrico Belo Monte, onde várias famílias estão sendo expulsas de suas propriedades em nome da necessidade de criar mais energia para as grande industrias do Beneficiamento do Minério (a vale tem 9% de Belo Monte). Por tudo isso foi realizado a confraternização e fortalecido a Luta dos Atingidos pela Barragem de Belo Monte para o próximo Período.