segunda-feira, 29 de abril de 2013

II JORNADA DOS POVOS INDÍGENAS TEVE REPRESENTANTE DISCENTE DA UEPA





 Nos últimos dias 23 a 25 de abril ocorreu a II Jornada dos Povos Indígenas, evento realizado pela Juventude Universitária Pelas Causas Indígenas (JUCI) em parceria com os alunos de Jornalismo da Instituição de Ensino Superior (IES) Estácio FAP em Belém-PA e orientados pela professora Msc. Viviane Menna Barreto da mesma IES.
No dia de encerramento do evento (25) um discente da Universidade do Estado do Pará Campus IX Altamira, Jackson Dias, foi um dos destaques, ele estuda no 5ª período do curso de Engenharia Ambiental; é presidente do Diretório Acadêmico; diretor de interiorização do D.C.E. UEPA; vice-presidente da União da Juventude Socialista de Altamira e no ano 2012 teve 5 trabalhos aprovados em eventos científicos municipais, estaduais e nacionais. Por representar a UEPA no evento a PROGESP e a coordenação do campus ajudou o discente com as passagens.
No último dia, além de Jackson Dias, a mesa de palestrantes era composta pelos Indígenas: Juma Xipaia, moradora da região do Xingu e caloura do curso de direito da UFPA; Eliene Putira Sacuena, estudante de biomedicina na UFPA; Ubirajara Sompre, vereador no município de Marabá-PA; Ativistas: Rafael Correto, Xingu Vivo Para Sempre; Karla Ataíde, Vegetarianos Em Movimento (VEM) e bacharel em Direito; Maurício Matos, Xingu Vivo Para Sempre e funcionário Público; Promotora Agrária: Msc. Isabel Blaskovsy; Doutores: Dra. Ana Maria Magalhães e Dr. em Sustentabilidade Girolamo Treccani.
Com o tema “IMPACTOS OCORRIDOS EM TERRAS INDIGENAS (TIs), OCASIONADOS POR GRANDES OBRAS NA AMAZONIA, FINANCIADAS PELO BNDES” a apresentação do estudante e militante, Jackson Dias, foi a mais demorada cerca de 25 minutos e a abaixo estão os principais pontos que ele falou:

O custo total do AHE Belo Monte será de R$28,9 Bilhões e o BNDES concederá R$22,5! Por quê? 

Porque essa obra é de grande risco econômico, pois na área de influencia direta e indireta atingirão 11 municípios, 10 terras Indígenas, dezenas de propriedades rurais além da biota da região. Pela magnitude desses impactos as empresas que elaboraram o EIA/RIMA do AHE Belo Monte desistiram de entrar no leilão, e várias outras empresas privadas também, então fora formado o grupo Norte Energia que é composto por: Eletrobrás, Chesf, Eletronorte, Petros, Funcef, Grupo Neoenergia, Cemig, Light, J. Malucelli Energia, Vale e Sinobras. E com o leilão que durou 7 minutos esse grupo arrematou a obra e a norte energia contratou o serviço do Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM) grupo composto por várias empresas privadas inclusive as empreiteiras que realizaram o EIA/RIMA de Belo Monte.
Quais as Terras Indígenas (TIs) que serão mais afetadas?
Será a TI Paquiçamba, TI Arara da volta grande do Xingu e a TI Juruna do Km 17. As duas primeiras sofrerão com a vazão reduzida da “Volta Grande do Xingu”, este é um trecho de 100 km que o rio perderá grande parte das aguas por causa do lago de 516 km², essas TIs sofrerão principalmente no período do verão, onde será dificultada a navegação e a alimentação, pois os índios sobrevivem, sobretudo se alimentando dos peixes, que por sua vez sofrerão com a falta de vegetais para se alimentarem, haja vista as florestas aluviais e vegetação dos pedrais sofrerem diretamente pela falta de sazonalidade dos águas do Xingu nesse período. Segundo o IBAMA a Norte Energia deverá liberar a água do lago no período do verão para que os indígenas tenham um mínimo de condições para sobreviverem, entretanto, se isso acontecer a Hidrelétrica poderá ficar sem produzir energia durante esse período, o que significaria um fracasso do empreendimento em termos financeiros, portanto, explica porque é o governo federal que está bancando 77,85% dessa obra. A TI Jurunas do Km 17 está sendo afetada, pois ela está as margens da BR 230 (rodovia Transamazônica) e da PA 415 e desde o inicio da obra o movimento nessas estradas aumentou de forma significante e isso causa transtornos audiovisuais, além do perigo de acidentes no trânsito contra a vida dos índios.

Belo Monte Versus TI Arara da Volta Grande Versus Belo Sun.

A volta Grande do Xingu, que sofrerá com a vazão reduzida num trecho de 100 km, será alvo da extração de ouro por uma grande mineradora. Na década de 70 algumas áreas foram invadidas e transformadas em garimpos clandestinos, durante vários anos houve conflitos entre garimpeiros e indígenas nas regiões que são atualmente o garimpo do galo, ouro verde e vila da Ressaca, com a abertura desses garimpos ocorreu além da violência contra os índios existe a contaminação dos índios por doenças, prostituição e alcoolismo, fatores que transformaram a realidade social desses grupos indígenas e que agora vários descendentes deles já trabalham nesses garimpos. As áreas de garimpos clandestinos são hostis, pois os trabalhadores geralmente são em maioria analfabetos e cresceram em famílias desestruturadas, por esses fatores os garimpeiros acabam gastando o dinheiro, que adquirem da extração do ouro, com prostitutas e bebidas alcoólicas e por isso não conseguem sair desses locais para terem uma vida mais saudável, poucos são os garimpeiros que conseguem construir um patrimônio sólido.
Em março de 2012 foi publicado o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) para a extração de ouro nessa mesma região e a empresa responsável será a Belo Sun Mineração Ltda, que é uma subsidiária brasileira da Belo Sun Mining Corporation pertencente ao grupo Forbes & Manhattan Inc., um banco mercantil de capital privado que desenvolve projetos de mineração em todo o mundo. A área de extração será a mesma dos garimpos que já estão alojados na região, a previsão da empresa é que serão criados cerca de 2100 empregos direta e indiretamente e a será extraído 50 toneladas de ouros nos anos de funcionamento do empreendimento, em valores atuais a Belo Sun faturará cerca de US$ 2,8 BILHÕES e segundo o RIMA ela investirá “apenas” US$ 380.077.000,00, ou seja, haverá um superávit de sete vezes mais.
A TI Arara da Volta grande já sofrerá diretamente por causa da construção da terceira maior Hidrelétrica do Mundo, e atualmente com a futura extração de ouro por uma multinacional perto de suas áreas, além da falta de alimentos e de navegabilidade, agora eles poderão sofrer exaustivamente com o alcoolismo, prostituição, doenças, perca de sua cultura, invasão de suas terras e principalmente sua identidade que eles conseguiram manter através de centenas de anos justamente através das cachoeiras da volta grande que não deixaram os holandeses e jesuítas chegarem a região no século XVII!
Se você tivesse um lugar só seu, onde você não precisasse de mais nada, só cultivar, se alimentar, realizar cerimonias, dormir, vivendo em perfeita harmonia e saúde com sua mulher ou homem e seus filhos e que nesse mesmo lugar estivesse enterrado os corpos de seus parentes, pais ou filhos ou os dois, por exemplo, e alguém invadir seu local sagrado levando doenças, vícios e te transformassem em escravo da sua própria terra?
A II Jornada dos Povos Indígenas foi um momento importante para os Universitários, pois eles puderam conhecer a realidade de como os índios são tratados, uma vez que até hoje eles são colonizados, pois estão entregando as terras e o nicho ecológico deles para os “brancos” novamente, então é chegado o momento que a Juventude comece a ocupar esses espaços de debate e possa construir um Brasil que tenha orgulho de seus povos tradicionais e uma Juventude consciente que podemos sim transformar nosso país em um Modelo de Desenvolvimento SUSTENTÁVEL e chegaremos a isso se diminuir o consumo de automóveis e investir em transporte público; em acabar com Hidrelétricas e investir em energia solar, que é mais barato se colocar na conta das hidrelétricas os impactos sócio-culturais; reformar as linhas de transmissões das hidrelétricas que o país já possui...! 

BIBLIOGRAFIA

2: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA). Aproveitamento Hidrelétrico Belo Monte, 2009.
3: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA). Projeto Volta Grande, 2012.


Fotos do evento: 














sexta-feira, 26 de abril de 2013

CHAMADA NA UEPA-ALTAMIRA PARA 53ª CONGRESSO NACIONAL DA UNE 29/05 A 02/06 EM GOIÂNIA-GO


O Movimento "EU QUERO É BOTAR MEU BLOCO NA RUA" realizou a primeira chamada na UEPA-Altamira para o 53ª Congresso Nacional da UNE , este evento ocorrerá entre os dias 29 de maio a 02 de junho em Goiânia e é o mais importante da entidade que representa todos os estudantes Universitários do Brasil.
Os integrantes do Movimento em Altamira, realizaram apresentação do histórico da União Nacional dos Estudantes, esse momento foi importante, pois os discentes do campus aprenderam um pouco mais sobre as lutas e conquistas da UNE nos últimos 76 anos.
A eleição das chapas para o CONUNE ocorrerá dia 09 de maio em toda a UEPA e será organizada pelo D.C.E. É através dessa eleição que serão eleitos os delegados que terão direito a voto na eleição que escolherá a nova diretoria da UNE!
As propostas do "EU QUERO É BOTAR MEU BLOCO NA RUA" são os 10% do PIB para Educação, 100% dos Royalties e 50% do Fundo Social do PreSal para a EDUCAÇÃO!!! Além dessas propostas o Movimento luta pela aprovação do Estatuto da Juventude, que já foi aprovado pelo Senado com algumas correções e será votado novamente na Câmara dos Deputados, algumas questões importantes do Estatuto é a mudança da Idade dos Jovens que agora será de 16 a 29 anos, os jovens terão duas vagas reservadas para viajarem gratuitos em trajetos interestaduais, terão duas vagas reservadas nesse mesmo trajeto com 50% de desconto além da meia entrada em eventos culturais onde haverá a cota de 40% dos ingressos.
O Movimento estudantil foi, é e será sempre importante para defender o Direito dos Jovens, estudantes, e principalmente o Direito a Educação, assim foi com o projeto do PROUNE, FIES e REUNE.
ENTÃO CONVIDAMOS A TODOS A COLOCAREM SEU BLOCO NA RUA RUMO A GOIANIA E CONTRIBUIR NO PROJETO DE BRASIL DOS NOSSO SONHOS!!!

Abaixo as imagens da 1ª Chamada na UEPA-Altamira:


Diego Willian, presidente da UJS Altamira, falando sobre a UNE.



A figura no video é o presidente da UNE, Daniel Iliescu.

Os dois em destaque são Jackson Dias, presidente do D.A UEPA e João Kleber, presidente do D.A  UFPA.


Emílio Soares Neto, presidente do Centro Acadêmico de Engenharia Ambiental UEPA-Altamira.


quarta-feira, 3 de abril de 2013

UJS realiza evento sobre o Mês das Mulheres com outros Movimentos Sociais para debater as Lutas, Conquistas e Desafios na Região Transamazônica e Xingu.

No último dia 22 de março (sexta-feira) a União da Juventude Socialista (UJS) de Altamira organizou um Evento em comemoração ao mês da mulher, que contou com a participação do Movimento de Mulheres da Transamazônica, Levante Popular da Juventude e Diretório Acadêmico da UEPA.
A cerimônia Iniciou com o presidente da UJS, Diego Willian, ele discorreu que o principal objetivo daquela ocasião era a troca de experiências entre as integrantes do Movimento de Mulheres da Transamazônica e Xingu e as integrantes dos movimentos de Juventude. Logo após, Andrea Maria, representante da UJS, contou um pouco do histórico de lutas e conquistas das mulheres, depois foi aberto espaço para todos falarem. A Coordenadora do Movimento de Mulheres, Mariene, contou um pouco do histórico de Lutas das mulheres em Altamira, que começou com a comoção social causada pela tragédia da Emasculação de crianças e adolescentes no município no final dos anos 80 e inicio da década de 90, foram anos de batalhas por justiça e milhares de mulheres saíram as ruas pedindo proteção às nossas crianças. Várias foram as lutas nesses mais de 20 anos de Entidade, elas contaram que esse não é um Movimento feminista e sim Mulheres que lutam pela justiça da família, independente de raça, cor, credo ou gênero. Atualmente a principal bandeira que elas levantam é para que as condicionantes da Hidrelétrica de Belo Monte sejam cumpridos, haja vista, as mulheres, crianças e adolescentes serem diretamente afetados como no caso das boates no município, pois alguns prostibulo foram fechados porque havia adolescentes e mulheres em estado de escravidão sexual. Os integrantes dos Movimentos de Juventude e do Diretório Acadêmico também contribuíram com suas falas, pautando as conquistas e desafios atuais na região, também foi citado o machismo que está dentro dos Movimentos Sociais e que precisa ser discutido.
A Luta das Mulheres de Altamira e da Juventude estão relacionadas, haja vista, o município está sofrendo com um processo de crescimento demográfico exponencial, intensificando mazelas como: Violência, prostituição, consumo de drogas entre os jovens. Então os Movimentos Organizados têm a função principal de lutar pelos os Direitos das pessoas que não tiveram a oportunidade de adquirir conhecimento e que são a parte reprimida do sistema de desigualdades entre classes. A União da Juventude Socialista, O Movimento de Mulheres, O Levante Popular da Juventude e O Diretório Acadêmico UEPA podem e devem intensificar mais suas ações para que as populações carentes possam contar com o apoio dos Movimentos Sociais e estes terem como braço forte o Ministério Público.

Abaixo tem algumas imagens do Evento de Mulheres:












Material apresentado por Andrea Maria da UJS: Apresentção